Como diz o nosso título, o dia 5 de outubro de 1582 não existiu, mas também não tivemos os dias 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14. Ao todo, por determinação do papa Gregório XIII, dez dias desapareceram do calendário.

A ideia dessa viagem no tempo foi atualização do calendário para o gregoriano. O anterior, chamado de calendário juliano, foi instituído pelo imperador romano Júlio César e continha várias imprecisões. Ele não contemplava o movimento de translação da Terra, ou seja, o tempo que a Terra demora para circular à volta do Sol, e se desajustava ao longo do tempo, com as estações do ano, estas, ocorrendo em datas diferentes. O gregoriano levava em conta esse movimento, trazendo o ano solar para o calendário que conhecemos.

Os primeiros países a adotar o novo calendário foram Portugal, Espanha, Itália e Polônia, depois a maior parte da Europa católica seguiu a mudança. Os protestantes adotariam o calendário gregoriano nos anos seguintes. Os russos mudaram somente após a Revolução de Outubro de 1917. Muitas igrejas ortodoxas mantêm o velho calendário com mais de 10 dias de defasagem, motivo pelo qual a Páscoa, por exemplo, é comemorada em datas diferentes em países de calendário juliano.

Os últimos países que adotaram o calendário gregoriano na Europa foram a Grécia, em 1923, e a Turquia, em 1926.