A Princesa Leopoldina da Áustria na Sessão do Conselho de Estado. Pintura de Georgina de Albuquerque de 1922. Museu Histórico Nacional.

A Obra retrata a sessão de 2 de setembro de 1822 do Conselho de Estado do Brasil, que precedeu a declaração da independência do Brasil. Estavam presentes na reunião José Bonifácio de Andrada e Silva, com quem Maria Leopoldina interage, e Martim Francisco Ribeiro de Andrada, sentado. Com as mãos na mesa, ao lado do Patriarca da Independência, está Joaquim Gonçalves Ledo.

A intenção de Georgina de Albuquerque foi representar o momento em que a princesa, sob o conselho de José Bonifácio, prepara uma carta a Dom Pedro, incentivando-o a permanecer no Brasil e romper com as ordens das cortes de Lisboa.

Dom Pedro recebe a carta em 7 de setembro de 1822, data que marca o "Grito da Independência" em uma situação que ainda abordaremos por aqui em outro momento.

Em 1820,  Dona Leopoldina, futura Imperatriz, testemunha privilegiada dos acontecimentos, e naturalmente arredia a revoltas, logo se desencanta com os portugueses após a Revolução Liberal do Porto e começa a manifestar simpatias para com os brasileiros. Em carta ao Pai, Imperador da Áustria, defende a plena independência do Brasil:

“O Brasil é grande demais, poderoso e, conhecendo sua força política, incapaz de ser colônia de uma corte pequena, por isso custará muitas lutas duras e sangrentas. E, como me parece, pelo que meu humilde entendimento permite, o ódio dos europeus contra o Brasil é tão grande que 
terminará com o extermínio dos primeiros.”

D. Leopoldina, que desde o início da regência de seu marido, participava da gestão do governo, em suas cartas começou a distinguir os portugueses dos brasileiros, fazendo sua simpatia pender, cada vez mais explicitamente, para os segundos. É a partir delas também que se vê o quanto participava do dia a dia político do país.

As intenções das Cortes eram extinguir o governo central do Brasil, fazendo que as capitanias se dirigissem diretamente ao governo de Lisboa. Logo, toda a obra de D. João no Brasil passaria a ser desmontada.

Em dezembro de 1821, Dona Leopoldina, em função de sua participação nos negócios públicos, entrou em contato com um grupo de “patriotas brasileiros”. Esse grupo, inicialmente, visava a emancipação política do Reino do Brasil e, posteriormente, migrar para a defesa da Independência total do Brasil, nesse momento iniciou-se a obra de persuasão e convencimento de Dom Pedro de permanecer no Brasil e romper com as cortes de Lisboa.

Fonte: Leopoldina Imperatriz e Maria do Brasil, de José Theodoro Mascarenhas Menck