O Brasil é repleto de figuras históricas relevantes, mas que foram esquecidas pelas páginas dos livros da educação básica brasileira. A alienação de um povo passa pelo enfraquecimento de suas raízes históricas. O Coronel João Manuel Mena Barreto, é vítima desse enfraquecimento. Mena barreto nasceu em 1824, em Porto Alegre, filho do Marechal-de-Exército João de Deus Menna Barreto, Visconde de São Gabriel. Da tradicional família de militares Menna Barreto do Rio Grande do Sul

Casou-se com Dona Maria Balbino Palmeiro da Fontoura, irmã da Baronesa de São Gabriel, em 27 de agosto de 1849. O casal teve cinco filhos, entre eles o general João Manoel Menna Barreto Filho e o general João Carlos Menna Barreto. 

Entrou para o exército imperial em 1839. participou da campanha da província, até a pacificação do Rio Grande do Sul. Posteriormente, em 1851 e 1852, participou da Campanha do Estado Oriental, nas operações contra Rosas e Oribe, tendo atuado no ataque a Paisandú, no Uruguai. 

Quando da invasão do Rio Grande do Sul pelo exército Paraguaio em Junho de 1865 no início da Guerra da Tríplice Aliança, João Menna Barreto atacou o exército inimigo, dando tempo para a evacuação da cidade de São Borja, salvando milhares de vidas.

Conforme descreve o vigário de São Borja, acerca do combate de 10 de junho de 1865, foi decisiva a ação do 1° Batalhão de Voluntários da Pátria, sob o comando de João Manuel Menna Barreto, que salvou a população de São Borja dos soldados paraguaios:

 "A população estremecia de susto, e as ruas estavam cheias de povo. Este espetáculo comoveu o coronel Mena Barreto e determinou a atacar os paraguaios. Durante horas que fez frente ao inimigo, várias vezes, com diversas cargas, a vila de São Borja ficou despovoada". A decisão dos paraguaios de só tomarem São Borja após transporem o rio – com um contingente total de cinco mil homens, de que dispunha o seu exército – foi ocasionada pela impressão de serem estes heróis uma vanguarda do exército brasileiro. Disso se valeu o coronel João Manuel para efetuar, à noite, a retirada estratégica de todas as famílias sãoborjenses.

Participou mais tarde do cerco a Uruguaiana, assumindo logo depois o comando de uma brigada estacionada em São Gabriel.

Foi depois chamado à Corte, onde comandou o 1° Regimento de Guarda. Não permaneceu muito tempo, desejando voltar ao combate, foi nomeado, em 1867, brigadeiro. Em novembro e dezembro do mesmo ano se destacava em combate e, no ano seguinte, lutou em Avaí e Lomas Valentinas.
Em seguida, veio o combate de Potrero-Obella, em 29 de outubro de 1867, e o de Taji, em 2 de novembro de 1867.

Tomou parte no Combate de Jacaré, no dia 7 de junho de 1868, e distinguiu-se particularmente no dia 21 de dezembro, ocasião em que se apoderou das trincheiras do Pikisiri, atacando-as de flanco por ordem de caxias e capturando mais de 30 canhões Paraguaios 
 
No ataque de Peribebuí, sob o comando do Marechal Conde D’Eu, João Manuel foi ferido mortalmente e faleceu a 12 de agosto de 1869. Lutava na vanguarda, como era de seu feitio, e já conquistara vários troféus de guerra, como bandeiras e armas do inimigo. A morte do coronel provocou a degola do tenente-coronel paraguaio Pedro Pablo Caballero por soldados do exército brasileiro indignados com a morte do Comandante.

Dias depois o Conde D'Eu em carta a seu sogro Dom Pedro II, alegou que a execução dos prisioneiros paraguaios ocorreu sem deu conhecimento: " Caballero e seus soldados tinham entregado as espadas aos ajudantes de campo, e assim mesmo os mataram a sangue-frio; a pretexto de vingar a morte de João Manuel Mena Barreto, e os enterraram depressa, para eu não ver! Só mais tarde é que eu soube do ocorrido" 

Foi condecorado com a medalha da Campanha do Estado Oriental (1851-1852), com o grau de Cavaleiro da Ordem de Cristo (1858), com o hábito da Ordem de São Bento de Aviz (1860), com o grau de Oficial da Ordem do Cruzeiro (1865), com o grau de Grande Dignitário da Ordem da Rosa (1869) e com a Medalha de Mérito Militar.

É o Patrono do 2 Regimento de Cavalaria Mecanizado do Exército Brasileiro no Rio Grande do Sul o Regimento João Manoel

Fonte: Os Menna Barreto: seis gerações de soldados, 1769-1950