No Brasil Império era comum que caciques e chefes de aldeias indígenas que tivessem boas relações com o estado brasileiro visitassem o Imperador em seu Palácio em São Cristóvão.

Muitos enviavam seus filhos para estudar na corte imperial para serem educados aos costumes europeus para depois voltar às suas comunidades para construir casas, e outros objetos que viam como grande utilidade.

Também visitavam o Imperador para se queixarem de conflitos com colonos ou autoridades locais ou pedir auxílio bélico em guerras inter-tribais

Em 1840, Dom Pedro II recebeu a visita do Cacique Guido Pocrane, chefe de Botocudos de Cuieté, Minas Gerais, que pediu ajuda Militar a sua tribo, que estava em guerra com os Mek-Mek.

Na década de 1860, Teiú Burubé (batizado Martinho de Alcântara) filho do cacique dos mundurucus foi enviado para estudar engenheira no Rio de Janeiro, sendo apadrinhado pelo Imperador 

Em 1879 o Rio de Janeiro recebeu a Visita de Índios Coroados do Paraná sob a liderança do cacique Estevão que vieram reclamar ao Imperador contra o tratamento que haviam recebido das autoridades policiais do interior.

Hospedaram-se no Museu Nacional, que demorava então no Campo de Sant'Anna, esquina da rua da Constituição.

Ninguém entendia o que diziam os nossos pobres índios. Apenas o Imperador Dom Pedro II, que sabia falar e ler Tupi e outras línguas indígenas, conseguiu se comunicar com os Coroados, que ordenou a exoneração do chefe de policia do Paraná.

Imagem que ilustra a postagem: "Grupo de Índios Coroados que caminharam mais de 1800 quilômetros para ver o Imperador do Brasil no Rio de Janeiro." ilustração do Jornal "Echo Americano", 1871. Biblioteca Nacional

Fonte: Dom Pedro II, The Magnanimous. Mary Wilhelmine Williams