Dom Pedro II, era uma figura simples, e que amava os avanços tecnológicos. O Imperador era conhecido por ter sido o governante que comandou o Brasil por mais tempo em toda a história. Mas infelizmente seu fim não foi tão digno quanto sua biografia merecia. Dom Pedro II faleceu durante o seu exílio na Europa, em 1891, vítima de uma pneumonia, evoluída de uma simples gripe.

Em minha visão, o imperador e sua conduta política tiveram papel preponderante para a manutenção da unidade territorial brasileira, evitando que o Brasil fosse pulverizado em pequenos territórios independentes e fazendo com que você desfrute de um país de proporções continentais até hoje.

O Brasil se tornaria república em 1889, mas os feitos de Dom Pedro e sua visão de unidade territorial, não seriam levados em conta quando lhe obrigaram a entrar em um navio e deixar a terra que tanto amava de forma abrupta e desconsiderada. Existiam até mesmo aqueles que queriam assassinar Dom Pedro II como forma de aviso aos que ainda acreditavam na manutenção do império.  A República deixava o Imperador abandonado, esquecido e banido até o fim dos seus dias.  




Como o banimento, o antigo imperador passou os últimos anos de vida na Europa, não desfrutou de pompas e luxos da realeza, mas vagou por hospedagens modestas em países como França e Império Austro-Húngaro, até morrer precisamente às 00:35 do dia 5 de dezembro de 1891, apenas três dias depois de completar de 66 anos, o óbito ocorreu no hotel Bedford, em território francês.

Dom Pedro II passeava de carruagem pelas margens do Rio Sena durante uma noite fria, esta mesma noite fria seria a responsável por lhe render o resfriado que mais tarde iria evoluir para a fatal pneumonia.

Para aqueles que consideram Dom Pedro II uma figura simplória da história do Brasil, certamente não sabem o importante papel desempenhado pelo imperador como regente em sua fase adulta, e não menos importante durante sua infância.

Se a criança Dom Pedro II não estivesse no centro do poder no Rio de Janeiro, não teria havido a continuidade do Brasil como conhecemos. Como disse anteriormente, teriam sido criados diversos países em nosso território. Você pode até não saber, mas em seu governo, foi o Imperador quem solidificou todas as instituições nacionais.

Dom Pedro II era imperador coroado aos 15 anos de idade, fato ocorrido em 1841, e participou ativamente da instauração do parlamentarismo no Brasil durante o ano de 1847, foi figura fundamental na campanha da Guerra do Paraguai que se deu entre 1864 e 1870, sem falar na abolição da escravatura em 1888.

Em 1889, Dom Pedro II foi covardemente derrubado pelos republicanos, deixando o poder   via golpe militar liderado por seu amigo Deodoro da Fonseca, marechal que instaurou a República no dia 15 de novembro de 1889, sendo declarado o primeiro presidente do Brasil.

Com isso, o Imperador passou o resto de sua vida banido do Brasil, junto ao banimento, estavam todos os membros da Família Imperial. O banimento foi suspenso apenas em 1920, quase trinta anos após sua morte.

O FUNERAL DO IMPERADOR - A França deu honras de imperador a Dom Pedro II em sua morte. Cento e vinte mil pessoas assistiram ao funeral presencialmente na Europa, mas a nossa República não permitiu que o embaixador do Brasil em Paris o assistisse.


O jornal “Le Jour”, por ocasião da morte do Imperador Dom Pedro II, fez um elogio fúnebre em primeira página, insistindo na ideia de que era o momento de a França corresponder ao apoio que o Imperador lhe havia dado, pois fora Sua Majestade;

“o primeiro Soberano que, após nossos desastres de 1871, ousou nos visitar. Nossa derrota não o afastou de nós. A França lhe saberá ser agradecida.”

Enviados de todas as nações europeias e de outros continentes compareceram à cerimônia fúnebre. Na Igreja da Madeleine, entre os membros do corpo diplomático, só se notou um lugar vazio – o do representante do nosso País. O Brasil oficial se negou a tomar parte na maior glorificação do nome brasileiro! Mas o Brasil profundo, autêntico, estava condignamente representado por uma filha enlutada, a Princesa Dona Isabel, convertida em Chefe da Casa Imperial e Imperatriz “de jure” do Brasil.

Naquele dia 9 de dezembro, muito cedo, apesar da chuva incessante e do vento frio, uma verdadeira multidão começou a ocupar a Praça da Madeleine e a invadir as ruas e avenidas adjacentes. Antes do meio-dia, a multidão já se tornara tão compacta, que os correspondentes do “Daily Telegraph” e do “Daily Mail” escreveram:

“Havia tanta gente nos funerais do Imperador quanto nos de Victor Hugo.”

Calcula-se em 120.000 as pessoas que assistiram à passagem do cortejo fúnebre.

Joaquim Nabuco, correspondente do “Jornal do Brasil”, escreveu por ocasião das exéquias suntuosas do Imperador em Paris:

“Mais do que isso, infinitamente, D. Pedro II preferia ser enterrado entre nós, e por certo que o tocante simbolismo de fazerem o seu corpo descansar no ataúde sobre uma camada de terra do Brasil interpreta o seu mais ardente desejo. Ao brilhante cortejo de Paris ele teria preferido o modesto acompanhamento dos mais obscuros de seus patrícios, e daria bem a presença de um dos primeiros exércitos do mundo em troca de alguns soldados e marinheiros que lhe recordassem as gloriosas campanhas nas quais seu coração se enchera de todas as emoções nacionais.

Mas foi a sua sorte morrer longe da Pátria. É uma consolação, para todos os brasileiros que veneram o seu nome, ver que ele, na sua posição de banido, recebeu da gloriosa nação francesa as supremas honras que ela pode tributar. No dia de hoje o coração brasileiro pulsa no peito da França.” - Trecho do livro “Revivendo o Brasil-Império”, de Leopoldo Bibiano Xavier. 

Os restos mortais do antigo imperador não veriam o Brasil até 1920, quando houve o fim do banimento da família imperial e eles foram levados para o Mausoléu Imperial, dentro da Catedral de Petrópolis, na serra do Rio de Janeiro.

Ilustração: o cortejo fúnebre de S.M.I. o Imperador Dom Pedro II do Brasil, com seu caixão envolto em uma Bandeira do Império, conforme registrou periódico francês da época.